Quando você pensa sobre animais letais, é simples que venham a sua mente criaturas com dentes afiados ou garras, ou com presas e veneno. Você pode nem pensar nos mosquitos de imediato. Mas, mosquitos estão entre os animais mais letais do planeta. Isso se deve às doenças que mosquitos transmitem. Mais de 700.000 mortes são causadas a partir dessas picadas de mosquitos todos os anos.
Muitas estratégias são utilizadas para reduzir a transmissão de doenças por mosquitos. Cada um de nós pode evitar picadas com roupas, telas mosquiteiras e mudanças nas nossas atitudes. Mas, há outras maneiras pelas quais as pessoas ou pesquisadores podem utilizar para combater os mosquitos. Em primeiro lugar, podemos reduzir habitats onde os ovos são postos para tentar manter os números reduzidos. No entanto, frequentemente, isso não é suficiente. Uma das principais estratégias que podemos utilizar são produtos químico chamados inseticidas. Outra nova forma é com organismos geneticamente modificados (OGM), algo que você já deve ter ouvido na TV. Por último, podemos utilizar inimigos naturais dos mosquitos que comem suas larvas.
Reduzir o habitat para combater aos mosquitos
A principal forma de se combater mosquitos é reduzir o habitat onde eles se reproduzem. Isso é algo que você pode fazer para ajudar, também! Mosquitos podem se proliferar em fontes de água pequenas, grandes, limpas ou sujas. O tipo preferido de água depende de cada espécie. Adultos depositam seus ovos nessas superfícies ou em suas proximidades, onde, então, as larvas e pupas viverão até se tornarem adultos.
Se esses focos d’água são reduzidos, então o número de mosquitos também diminuirá. Esses habitats podem ser reduzidos ao se preencher frestas, valetas ou poças que contenham água. Recipientes que armazenam água também podem ser despejados ou descartados. Certifique-se sempre de verificar itens que possam estar acumulando água e de remover aqueles que puder ao seu redor. Incentive seus vizinhos a fazerem o mesmo. Qualquer criadouro que não possa ser preenchido, coberto ou descartado pode ser tratado de outras formas.
Inseticidas podem matar ou deter mosquitos
Uso de insecticidas é uma das ações mais frequentes na redução do número de mosquitos. Muitos deles matam mosquitos e alguns podem impedir que os mosquitos piquem você. Alguns inseticidas são utilizados no interior das casas, aplicados em paredes e em telas de mosquiteiras. Outros são utilizados em plantações, terrenos e no exterior de casas.
Esses produtos químicos funcionam ao matar mosquitos ou ao fazer que eles evitem a área. Porém, nem sempre isso acontece. Nas últimas décadas, os produtos químicos que utilizamos passaram a matar menos mosquitos que anteriormente. Os produtos químicos não mudaram, mas os mosquitos, sim. Através das gerações, os genes dos mosquitos podem mudar. Essas alterações podem permitir que alguns mosquitos esquivem-se alguns efeitos desses produtos químicos. Esse tipo de mudança é chamada de resistência ao inseticida. As alterações genéticas, então, podem ser passadas de uma geração à próxima.
Quando o mesmo produto químico é utilizado em uma área por meses ou anos em sequência, mais provavelmente haverá mais e mais mosquitos com essa alteração. Mas, podemos utilizar produtos químicos de um modo diferente para tentar previnir que isso ocorra. Por exemplo, podemos utilizá-los numa combinação ou tratamento rotativo. Nos tratamentos por combinação, utilizamos dois ou mais inseticidas por vez. Com a rotação, trocamos consecutivamente entre dois ou mais produtos químicos para cada tratamento. Isso dificulta a sobrevivência dos mosquitos. Essas são apenas duas das estratégias que podem ajudar a reduzir a chance de resistência.
Mosquitos geneticamente modificados
Outra forma para reduzir a proliferação de mosquitos é por alterações genéticas. Modificações podem ser feitas aos genes dos mosquitos. Um mosquito com genes alterados é chamado de mosquito geneticamente modificado, o que pode ser abreviado como OGM (organismo geneticamente modificado). Uma das principais maneiras de alterar mosquitos é pela técnica do Inseto Estéril (também conhecida como TIE). Outra forma é pela infecção de mosquitos com a bactéria chamada Wolbachia.
A técnica do inseto estéril (TIE) apenas altera os mosquitos machos. Os mosquitos machos são alterados para que se tornem estéreis (do nome da técnica) e não podem se reproduzir. As fêmeas que acasalam com machos inférteis não produzirão descendentes. Se uma quantia suficiente de machos estéreis copularem fêmeas, então a próxima geração deve ser menor. Machos que não são inférteis são e que se acasalam são responsáveis pela próxima população. Muitos machos estéreis precisam ser soltos no ambiente (geralmente mais de uma vez) para que esse método seja eficaz.
Wolbachia é um tipo de bactéria encontrada em alguns mosquitos, mas não nos mosquitos Aedes aegypti. Quando as fêmeas Ae. aegypti são infectadas com essa bactéria, elas se tornam menos prováveis para transmitir doenças aos humanos. Isso se dá pelas bactérias que competem com os vírus que causam doenças. As Wolbachia também afetam o esperma dos machos e, de fato, previne que os ovos choquem quando os machos copuladores são infectados. Isso reduz a população de mosquitos. Quando ambos sexos são infectados e acasalam-se, essa bactéria pode ser transmitida à próxima geração. Quando isso ocorre, ambos machos e fêmeas da próxima geração terão os mesmos problemas que seus pais. Esse método não funciona para todas as espécies de mosquito ainda, mas pesquisadores trabalham para que isso funcione para outros mosquitos, também.
Predadores de mosquitos
Mosquitos podem ser mortos por seus predadores naturais. Dois dos matadores de mosquitos mais comuns são um tipo de bactéria e um peixe. O nome da bactéria é abreviado para Bti e o peixe se chama peixe-mosquito.
O nome completo da bactéria Bti é Bacillus thuringiensis, da subespécie israelensis. É naturalmente encontrada no solo e produz toxinas que matam larvas. Bti é fabricado na forma líquida ou em pastilhas para controle de pragas em fontes d’água naturais ou artificiais. É tóxico para todos os mosquitos e, por isso, pode ser usado no mundo todo.
Peixes-mosquito são peixes pequenos de água doce que comem larvas de mosquitos (o porque de receberem esse nome). Seu nome científico é Gambusia affinis. Eles não são os únicos peixes que se alimentam de larvas de mosquitos, mas são os peixes mais comumente usados para controle de mosquitos. Esses peixes podem ser introduzidos em fontes d’água naturais ou artificiais. Ao comerem a larva, ajudam a reduzir o número de mosquitos que se tornam adultos. Isso ajudará a reduzir o tamanho da população.
Imagens adicionais são do Wikimedia Commons. Imagem de probóscide de mosquito em microscópio eletrônico de varredura é de Judyta Dulnik.
Detalhes bibliográficos:
- Artigo: Lutando contra mosquitos
- Autor: Dr. Biology
- Editor: Arizona State University School of Life Sciences Ask A Biologist
- Nome do site: ASU - Ask A Biologist
- Data de publicação: 12 Jun, 2024
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Essa pequena parte do corpo, a probóscide, permite que mosquitos contaminados transmitam doenças. Quais são as melhores formas de se combater os mosquitos em grande escala?
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